Seguro o frasco na chuva e observo o fluxo constante enchê-lo. Quando tem o suficiente para a Beth ver claramente, fecho o frasco e dou a ela.
Ela levanta uma sobrancelha cética, mas aceita.
— Essa é a nossa chuva, Beth.
Sua mão treme um pouquinho para demonstrar a confusão, e eu esfrego a nuca, buscando coragem.
— Eu disse que te amava nessa chuva e, quando você duvidar das minhas palavras, quero que você olhe para esse frasco.
A testa da Beth franze, e ela encara o presente.
— Eu não… — ela começa — Eu não tenho nada para te dar.
— Você está aqui — respondo. — É tudo o que eu quero.
Apesar de tecnicamente ser parte de uma série, “No limite da ousadia” pode ser lido como livro único, já que cada volume segue mudando os personagens principais. Spoilers dos anteriores pipocam para quem lê fora de ordem, mas nada letal. Nele o foco sai de Noah e Echo para passar a Beth, amiga do protagonista do livro anterior. No fim, se por um lado foi interessante conhecer essa personagem que já mostrava potencial antes, por outro foi ainda melhor notar que houve progresso em relação ao trabalho anterior.
Nesse livro, Katie McGarry nos convida a conhecer seus personagens cheios de bagagem emocional pesada de modos diferentes. Sem pressa, sempre com muito tato, ela nos mostra quem são Beth e Ryan separadamente, explorando-os, preparando-os, até chegar com naturalidade ao ponto no qual a vida dos dois se entralaça. A partir daí a relação deles amadurece. É bonito ver o que tem que acontecer vir no momento certo. É bom poder torcer pelo melhor por um casal do qual há tempo de se afeiçoar.
Drama não falta. Repetições desnecessárias também constam. No entanto, uns pontinhos extras são merecidos. Quando tudo parece dar errado e as bombas mais previsíveis parecem prontas para explodir, por exemplo, o caminho tomado é outro. Graças a Deus, menos cabelos a serem arrancados.
“No limite da ousadia” passa mensagens legais sobre família. Aliás, sobre o amor em essência. É claro que ninguém vai começar a filosofar, mas numa leitura agradável como essa é um excelente diferencial. Além de triste, bonito e romântico, ele tem algo a dizer.
1 Comment
Jacqueline Braga
24 de julho de 2014 at 19:41oie Kim
eu amei esse livro. O Ryan e a Beth juntos é muito <3
Pra mim foi o melhor da trilogia até agora. E que venha a história do Isaiah
bjos
http://www.mybooklit.com