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[Resenha] O Fim de Todos Nós — Megan Crewe

O Fim de Todos Nós inicia a trilogia Fallen World, sendo ele também o primeiro romance da orientadora de jovens com necessidades especias Megan Crewe. Sua sequência, The Lives We Lost, foi publicado nos E.U.A em fevereiro deste ano, enquanto o terceiro e último volume só chega em 2014.

É através de um diário que conhecemos Kaelyn, de 16 anos, e a doença capaz de minar as inibições sociais e então matar os infectados em questão de dias. De volta à ilha onde nasceu quando seu melhor amigo fez justamente o caminho inverso, indo estudar no continente, ela inicia um relato do que acontece em sua vida como uma forma de não se esquecer do que dizer a esse mesmo amigo, Leo, por quem nutre sentimentos não muito claros, tudo o que precisa. Mesmo com a briga que os manteve distantes, a vontade falta que sente dele continua.

Inicialmente, as preocupações de Kaelyn estão principalmente na adaptação ao estilo de vida que volta a fazer parte de sua realidade, já que os problemas familiares e a rotina no colégio não são as coisas mais simples do mundo para se encarar. Então o vírus da doença misteriosa começa a se espalhar, fazendo com que ninguém possa entrar nem sair da ilha, diminuindo as chances de cura de todos. A questão é: Kaelyn não quer simplesmente cruzar os braços enquanto pessoas enlouquecem e morrem. Tem que haver uma solução.

Não há nenhuma parte de mim que não esteja com medo. Não existe uma Kaelyn que saiba o que fazer. Já estou dando o melhor de mim, e isso é tudo que tenho.

O Fim de Todos Nós é como uma montanha russa que você não sabe de início que se trata justamente disso: um mundo de altos e baixos (com ênfase em “baixos”). A brincadeira começa no topo e lá continua por tempo suficiente para você se envolver. A primeira descida vem, você não percebe etc. Daí vem uma bandeirinha sinalizado claramente que o problema vai se repetir, o que força os olhos a se abrirem para os problemas que, sinto muito, não vai sumir ou parar de surgir.

A narrativa é gostosa? Sim! Com as respostas que precisam ser dadas, a curiosidade é despertada? Também. Leo, por exemplo, é uma incógnita. Os personagens despertam interesse? São capazes de despertar alguma empatia? Ora, até que conseguem. O problema está no bloqueio que existe bem no caminho para o aproveitamento pleno de tudo isso.

Todo um caos surge por causa da situação desesperadora na ilha. Não é para menos, não é? E é claro que isso parece promissor levando-se em consideração a premissa do livro. Falta comida, falta medicamento, falta organização para o povo… Aí você pensa: “Tudo bem, base para o desenvolvimento formada”. Você pensa: “Tudo bem, só falta tratar, desenvolver”. Só que a autora faz essa base estremecer por tratar das relações e do desenvolvimento dos acontecimentos de forma atrapalhada. Com o tempo, comecei a aceitar a ideia de que ela se atrapalhou até com os personagens.

Faltou sustentação. A ação surge, mas é como se Crewe não conseguisse bancar e tanto a animação quanto a própria ação fossem ladeira abaixo por isso. Quando vem o momento “Cadê a base que estava/deveria estar aqui?” assim, só posso pensar que ela era fraca demais e não suportou o tranco. De brinde, ainda tem um romance cujo motivo da existência ainda não consegui decifrar.

Conforme o final se aproximava, voltamos àquela história da montanha russa. Parecia que a coisa ia que ia, daí… Cadê respostas? Cadê?! É, assim a situação fica complicada a ponto de nem o fato de se tratar de uma trilogia ajudar muito, minha gente. Nem com muita boa vontade. Infelizmente, minhas aventuras com a trilogia terminam por aqui.

Título original: The Way We Fall 
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 272
ISBN: 9788580573305

5 Comments

  • Gleice Couto
    16 de julho de 2013 at 23:29

    Livro danado de RUIM, Jeova! Junto com Metrica, uma das piores leituras do ano. Concordo com a sua resenha… Final sem respostas, mas aberto EVER.

    Beijos, <3

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  • Ray Pereira
    17 de julho de 2013 at 01:03

    Nossa já estou excluindo da minha lista. Ele nem estava, mas vale pela dica.

    Beijos,
    @_RayPereira
    http://porredelivros.blogspot.com.br/

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  • Clara Beatriz
    17 de julho de 2013 at 01:37

    Ah, a premissa parece tão interessante! Que pena. Como não tenho parceria com a Intrínseca, já sei que não devo perder dinheiro com ele.

    @mmundodetinta
    maravilhosomundodetinta.blogspot.com.br

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  • D e s s a
    17 de julho de 2013 at 15:01

    Adorei a história *-*
    Pena que você não gostou muito. hahaha
    E ah, dê uma chance, são só mais dois livros, vá que tu goste. 😛 Pior se fossem mais de 10 que nem HoN. hahaha
    beijos
    apenas-um-vicio.blogspot.com.br

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  • Dayanne Mendes
    7 de março de 2015 at 14:53

    não achei ela se "atrapalhar" com os personagens nem com a estoria. Porque é contada por uma adolescente. Uma adolescente de 16 anos se não me engano, apesar de ter coisas passando pela vida, pela ilha, apesar dela está preocupada com o vírus ela tem a família dela, que apesar de tudo é problemática. e sobre o romance que de acordo com sua palavra "um romance cujo motivo da existência ainda não consegui decifrar" bem, tenho minha opinião quanto isso. Como eu disse antes, a ilha ta passando por problemas, a família dela é problemática, e no meio de toda a confusão da ilha ela ver no garoto um meio de escape que vamos frisar aqui "não é um romance realmente dito", na confusão de tudo, a pessoa só quer esquecer do que se está se passando.
    Achei os personagens e a estoria ótima. e estou no aguardo da continuação desde do ano passado.

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