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[Resenha] O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares — Ransom Riggs

Com esse nome enorme (e intrigante), O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, do americano Ransom Riggs, é primeiro livro da série Srta. Peregrine, que chegou ao Brasil em 2012. Já foi traduzido e publicado em russo, hebreu, húngaro, alemão e várias outras línguas.
Em seu primeiro romance, Riggs traz para o leitor a história de um rapaz que cresceu ouvindo sobre a infância do avô. Jacob, porém, passa a acreditar cada vez menos nas fantásticas histórias Abe à medida que cresce. Vai ficando mais difícil acreditar na existência de um lugar mágico onde seu avô, único membro da família a escapar da Polônia antes do começo da Segunda Guerra, convivera com crianças invisíveis, capazes de levitar, erguer rochas ou abrigar abelhas dentro dos corpos.
Um dia, após uma tragédia, Jacob se vê de cara com o que o força a crer que aquilo que Abe lhe contava não se resumia a mentiras. Então, uma vez diante do que atualmente são as ruínas do Orfanato da Srta. Peregrine, ele vai chegando à conclusão de que as crianças existiram, pasme, ainda podem estar vivas.

Ainda mais fantásticas eram as histórias sobre o orfanato em que vivei no País de Gales. Era um lugar encantado, contava ele, projetado para manter as crianças protegidas dos monstros, em uma ilha onde o sol brilhava todos os dias e ninguém jamais adoecia ou morria. Todos viviam juntos em uma casa grande protegida por uma ave velha e sábia, pelo menos era isso que dizia a história.

Esse não é um livro de terror, apesar de poder parecer. Quero dizer, ele tem uma atmosfera meio macabra e fotografias que completam o texto (até certo ponto) e auxiliam na elaboração da imagem que o autor queria construir, mas não chega a ser um terror. Não chega a tanto.

Tudo ia maravilhosamente bem lá no início, com a tensão, as imagens e tudo mais. Mas aí isso começou a se perder, foi ficando cada vez mais claro que o terror de verdade não ia vir e só restou ficar com o mistério mesmo. Funciona? Sim, mas não substitui.

A levada da narração em primeira pessoa é bem gostosa, embora Jacob não seja lá um grande protagonista.  Aí surgiu outro probleminha: o romance. Uma palavrinha para o autor: não. Só…Não. Não havia necessidade alguma de aprontar essa. Tal coisa só o jogou no meio dos muitos livros jovens que parecem inserir romances na trama só para “fisgar” mais leitores. Ou melhor, leitoras. Mas um dia, espero, eles perceberão que essa é a tática errada.

Os acontecimentos finais deixaram um gostinho de quero mais. Foi como assistir algo que termina com  um belo “Continua…”. Querendo ou não, a vontade de ver o que será feito depois vem. E valeu a pena ler O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, então espero o mesmo do próximo volume da série. Quem sabe que surpresas me aguardam?

Título original: Miss Peregrine’s: Home for Peculiar Children
Editora: LeYa
Número de páginas: 336
ISBN: 9788580442670

5 Comments

  • Clara Beatriz
    19 de março de 2013 at 03:01

    Nunca ouvi falar no livro, mas estou sozinha no quarto escuro, com meus pais dormindo, e fiquei com medo. O gênero é terror mesmo? Mesmo sem ser assustador?
    @mmundodetinta
    maravilhosomundodetinta.blogspot.com.br

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  • Gabi
    21 de março de 2013 at 20:45

    Senti a mesma coisa enquanto lia, Kim!
    Também fiquei esperando pelo terror que nunca veio e, apesar de ter gostado do livro, fiquei com gostinho de 'não era bem isso que eu queria'.

    O romance também achei mal colocado. Foi bem irrelevante para a história ;/

    Enfim, vamos ver no que dá, né?

    Beijitos

    Reply
  • Lia
    21 de março de 2013 at 21:18

    Acho que é a segunda resenha que leio deste livro e, pelo que me lembro, a outra também falava algo como "Legal, mas com ressalvas", rs.
    O título e a proposta parecem bem provocativos, mas não acho legal ficar gerando muita expectativa.
    Adorei sua resenha! Foi ótima pra segurar um pouco a compulsão, hehe.
    beijão!!

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  • Jacqueline Braga
    25 de março de 2013 at 17:18

    Minha expectativa já foi pro buraco do rato rs
    sem terror? romance forçado? nha, mas ainda assim vou dar uma chance para a leitura dele.
    bjos

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  • Cris Aragão
    16 de maio de 2013 at 03:29

    Eu esperava tanto desse livro, detesto quando isso acontece.

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