[Resenha] O Sol É Para Todos — Harper Lee

Estamos falando de um clássico da literatura mundial! “O sol é para todos” é considerado um dos romances americanos mais importantes do século XX. A autora, Harper Lee, formada em direito, está lançando a sequência da obra este ano: “Vá, coloque um vigia”.

Filha do advogado Atticus Finch, Scout, de 8 anos, narra os acontecimentos que marcaram a história de sua vida no condado sulista de Maycomb em plena década de 1930. Em meio à recessão, esse pequeno município tem as estruturas estremecidas com a acusação de estupro de um homem negro contra uma mulher branca. No topo de toda polêmica está o inaceitável aos olhos da população: Atticus assume a defesa do réu, ignorando os limites raciais que o impediriam de aceitar tal posição.

É difícil para mim até mesmo falar sobre a história. É difícil explicar do ela que se trata quando a verdade é que a profundidade vai muito além do que sou capaz de escrever, falar. Fácil mesmo é se deixar tocar.

A narrativa é profundamente envolvente. Os personagens, individualmente marcantes à própria maneira, são maravilhosamente humanos. As discussões… As, as discussões apresentadas! Temas válidas na atualidade tanto quanto na época em que são retratados no livro. Entre eles estão bullying, racismo, preconceito socioeconômico.

Nas duas partes em que é dividida, a história não permite espaço pra questionamento da qualidade do que está sendo apresentado.  Seja nos detalhes da descrição da rotina ou no fôlego perdido diante dos momentos mais emblemáticos, não se pode contestar a grandeza de se saber fazer arte. Harper Lee domina a técnica.

“O sol é para todos” é como uma lição. Essa leitura me despertou para muitos questionamentos. É certamente uma das que mudaram a minha vida. Através da simplicidade do olhar infantil de Scout, enxerguei não apenas um tesouro da literatura, como também (re)descobri minha perspectiva da vida, do mundo.

Título original: To Kill a Mockingbird

Número de páginas: 349

Editora: José Olympio

ISBN: