“Iscas” foi o vencedor do Author Ellis Award 2014 na categoria na categoria melhor romance de estreia. Até o momento, esse é o único livro do canadense J. Kent Messum, autor e músico com experiência como produtor, professor de música, escritor freelancer e bartender, só para citar algumas.
Quando um misterioso baú é levado pelo mar até a praia, a desconfiança é iminente. Dentro dele estão mantimentos rigorosamente contados e uma carta lhes informando que providências foram tomadas para evitar qualquer tentativa de resgate. Suas opções são definhar onde estão ou nadar até a outra ilha, onde encontrarão mais alimentos e água potável, além de uma porção da mais pura droga que já provaram. Assim, por mais relutantes que estejam, o desespero somado aos sintomas da abstinência os leva a se arriscar nas águas profundas que abrigam os predadores da natureza nos quais ninguém quer pensar. Em meio a intrigas, alianças e obervação constante… Que comece o jogo!
Todos estavam mais do que ferrados, com os nervos em frangalhos e quimicamente descompensados, a ponto de intoxicar a alma e o coração de quem quer que encontrassem. Os demônios de cada um tinham se mancomunado com os bichos de sete cabeças dos seus segredos mais profundos, resultando em estupros que geraram bastardos deteriorados nos seus eus. Aqueles bastardos, crias da heroína e do remorso, precisavam constantemente de alimento. E só comiam carniça.– Pág. 249
“Iscas” é puro babado, confusão e heroína. E tubarões. Narrado em terceira pessoa, a linguagem é absolutamente coloquial, elaborada com base no uso e abuso de giras e palavrões. Aprendi tanta coisa sobre o mundo das drogas, incluindo o palavreado, que para mim ele foi quase didático. Os personagens não crescem, evoluem nem ameaçam despertar empatia. Aliás, todos têm psicopatia em níveis diferentes. Os diálogos são risíveis. O desenrolar é previsível. O desfecho ainda parece pegadinha do malandro com a minha participação especial. Se com
Essa foi a junção de “Battle royale”, “Lost” e “Jogos mortais” mais trash que já vi. Aviso que o resultado não dá muito certo, mas é fácil se deixar levar. Esse é um candidato a guilty pleasure tão bom quanto qualquer outro, não é verdade? É, sim.
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