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[Resenha] A Lista de Brett — Lori Nelson Spielman

Lori Nelson Spielman é uma ex-fonoaudióloga e orientadora escolar com paixão por corridas, viagens e livros. “A lista de Brett”, cujos direitos foram vendidos para 17 países, foi seu ticket de entrada para o universo dos escritores.

Brett Bohlinger acredita em fazer o melhor com o que se tem na vida. Dito isso, como reclamar? Ela tem uma ótima situação financeira, um bom emprego na empresa da família, parentes amorosos e, para completar, um namorado lindo e bem-sucedido com o qual mora num loft moderno e espaçoso. Umas coisas mais, outras menos, porém tudo perfeitamente bem… Até a morte de sua mãe. Então, ainda abalada pela dor da perda, eis que para completar vem a surpresa no momento da leitura do testamento: para receber a parte que lhe é de direito na herança, Brett precisará completar a lista de sonhos que elaborou — e abandonou — ainda na adolescência.

Mágoa se mistura ao luto, que se mistura a confusão. Os desejos daquela ingênua garota de 14 anos do passado diferem completamente da realidade da mulher de 34 anos do presente. Sua mãe sabia disso. Cumprir as metas da lista exigiria uma reviravolta em diversos aspectos. Porém, sabendo que Elizabeth Bohlinger a conhecia como ninguém, Brett se propõe a iniciar a jornada que mudará o rumo do seu futuro. Esse é o último presente da mãe para ela. Começa aí seu processo pessoal de aceitação, realização e autoconhecimento.

— […] O que está faltando para você é uma necessidade humana básica. Acredite ou não, você ainda é uma pessoa de sorte, porque admite que precisa disso. Tem um monte de pessoas infelizes por aí que sufocaram as próprias necessidades. Buscar o amor deixa a pessoa vulnerável. E só pessoas saudáveis se permitem ficar vulneráveis.

As trajetória a ser percorrida pela protagonista não é fácil. Num prazo pré-determinado, ela precisa retomar antigos sonhos de carreira, cuidar de relacionamentos aparentemente perdidos, abrir os olhos para a insustentabilidade de ilusões obviamente incapazes de satisfazê-la, dentre outras coisas. E durante boa parte da história, especialmente no início, o que ela sente transborda facilmente para o leitor. A narrativa emocionada em primeira pessoa permite que nos transformemos em espelhos humanos dos estados de espírito, das expectativas e dos sentimentos de Brett.
O problema com elementos que vinham conquistando terreno começa quando o ritmo é quebrado, passando de envolventemente agradável para superficial. Os estilos do início e do que passa a se apresentar no caminho para o fim destoam tanto que fica a sensação de que foram escritos em “vibes” diferentes. Até chegar à última página já tinha cena jogada, resposta mal dada, buraco, sapo para ser engolido e curiosidade para ser enterrada. Frustrante.

Eu acredito que tanta paixão, mesmo a paixão nascida do medo e da ansiedade, é muito melhor do que uma vida de banalidade.
A premissa não é a coisa mais original do mundo. Ainda que atraente, já vimos obras com instruções primordiais vindas do lado de lá da linha da vida em outros lugares várias vezes. Elas também tinham direito a listas e/ou cartas. A diferença precisaria ser feita nos pequenos detalhes. Os salvadores do caso são a humanidade sincera dos personagens e a capacidade de despertar empatia. Menção honrosa para o quesito romance, que, apesar de não fugir dos clichês, tem tantos deles que não dá para saber qual vai prevalecer! Hahaha.

O amor é a única coisa sobre a qual você nunca deve chegar a um meio-termo.

“A lista de Brett” é um livro excelente para adaptações. Além das cenas fáceis de visualizar, tem, por exemplo, improbabilidades, irrealidades e clichês excelentes para dar uma bela comédia romântica com Reese Witherspoon ou Drew Barrymore no papel principal. Ah, já consigo ver a coisa toda! No final, ainda arrancaria algumas lágrimas. Nada digno de Oscar, mas bom para uma hora de descanso com qualidade.
Título original: The Life List
Número de páginas: 364
Editora: Verus

4 Comments

  • Jacqueline Braga
    10 de julho de 2014 at 17:09

    Oie Kim
    Eu estava com as expectativas nas alturas, mas sua resenha serviu para colocar meus dois pés do chão rs
    Acho que irei gostar, especialmente pela parte do romance, mas já vou estar pronta para todos os clichês. Não vejo a hora de ler esse livro.
    bjos
    http://www.mybooklit.com

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  • Iasmin Morais
    10 de julho de 2014 at 21:26

    Que lindo o seu blog, Kim!
    Ahn, adorei a resenha. Muito linda a capa do livro. *.*

    http:\exploradoradelivros.blogspot.com

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  • Karla Kélvia
    2 de setembro de 2014 at 22:58

    Eu já sigo o seu blog mas acho que ainda não tinha parado para avaliar duas coisas: o qto ele é cool e fofo e o quanto vc escreve bem! Gostei tb demais deste livro, e pode se acostumar, vou sempre aparecer por aqui rsrsr bjus!
    http://livroarbitriodotco.wordpress.com/

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  • Isabela Borges
    22 de novembro de 2014 at 23:34

    Amo esse livro, mas nao consigo me conformar com ela nao ter terminado com o Brad! e também a carta da mãe dela sobre a meta de se apaixonar nao foi lida :C

    lendopelomundo.blogspot.com.br

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