Laurie Frankel é a autora que, ao escrever “Adeus, por enquanto” (leia a resenha), se tornou responsável por uma das leituras que guardo com imenso carinho mesmo depois de meses desde a última revisitada. Consta no blog a entrevista feita com ela, que vocês podem conferir aqui. Além desses fatores (talvez pequenos para uns, mas certamente grandes para mim) ela é, curiosamente, pós-graduada em literatura inglesa tal como as protagonistas de “O Atlas do amor”, título de sua estreia literária.
Com frequência somos atraídos pela promessa de um romance que trata de nós, e de fato reconhecemos pessoas como nós, mas suas vidas são tão empolgantes, tão devastadoras e improváveis, tão repletas de complicações, importância e coincidências, que deixamos de nos identificar com elas. Sabemos que o narrador não vai nos contar sobre o verão em que nada acontece; ele vai nos contar sobre verão em que tudo acontece, em que tudo muda. No final das contas, talvez essa palavra — mudança — seja o ponto principal do romance. Não o que aconteceu, ou por que aconteceu, mas o que mudou e o que aprendemos por conta disso[…] “Nós” somos os personagens principais, o narrador, os personagens secundários, os detalhes, o autor e, talvez mais importante ainda, os leitores.
“O Atlas do amor” traz reflexões sobre a força dos laços familiares capazes de unir as pessoas. E ele não faz isso apenas com a chamada formação tradicional, mas com casados, divorciados, mães solteiras, casais heterossexuais, casais homossexuais, casais-não-casais, amigas que se unem para criar um bebê etc. Em geral, é uma boa opção para quem gosta de bons livros.
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