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[Resenha] Legend — Marie Lu

Legend – A Verdade Se Tornará Lenda é o primeiro livro de Marie Lu, que se declara amante incondicional de livros distópicos e já foi diretora de arte numa empresa de games. O próximo volume da trilogia, Prodigy, está para ser publicado no Brasil ainda no primeiro semestre de 2013.
Na Los Angeles de 2130, localizada na agora República da América, dois adolescentes vivenciam realidades completamente opostas. Day é um garoto de família pobre, o criminoso mais procurado do país, enquanto June é a garota prodígio da República.

O mundo que ambos conhecem possui, além de uma gigantesca desigualdade social, pragas que se espalham numa velocidade alarmante e conflitos constantes entre a República e seus vizinhos das Colônias. Essas características do local onde vivem são as coisas que até certo ponto poderiam  ligar os dois…. Até que o irmão de June é assassinado e Day se torna o principal suspeito. Agora, guiada pela vontade de vingar a morte do irmão, June não medirá esforços pôr as mãos em Day.

Eu vou te caçar. Vou vasculhar as ruas de Los Angeles por você. Pesquisar todas as ruas da República, se precisar. Eu vou te enganar e te enganar, mentir, enganar e roubar para encontrá-lo, tentá-lo fora de seu esconderijo, e persegui-lo até que você não tenha mais lugar para correr. Faço-lhe esta promessa: sua vida é minha. 

Muito se fala (ou já se falou) sobre Legend, certo? Certo. Mas o fato é: eu não consegui identificar o motivo de tanto alvoroço. Fui levada a acreditar que haveria todo um glamour envolvendo-o, quando na verdade ele é apenas o pacote “basicão” das distopias.

Por usar mais de uma fórmula batidinha mundo afora, Legend teve como resultado uma previsibilidade louca. Antes mesmo da metade do livro, eu já tinha matado TODAS as charadas. Não algumas, todas! Só isso já foi minando o ânimo que se apresentou por causa da narrativa gostosa vinda desde o início.

A narração é intercalada entre Day e June. E se por um lado eles fazem o tipo que eu aprovo — fortes, determinados, durões —, por outro… Por outro tem o romance. Ainda não entendo o que exatamente motivou a presença dele. Se a carga emocional fosse menor (ou melhor colocada), talvez o resultado tivesse sido diferente.

Cada dia significa um novo vinte e quatro horas. Cada dia significa que tudo é possível de novo. Você vive no momento, você morre no momento, você leva tudo isso um dia de cada vez … Você tenta andar na luz.

Mas vamos com calma, porque não existem apenas pontos negativos.

Veja bem, quando um autor se propõe a escrever algo desse gênero, a última coisa que ele deve fazer é ficar se segurando quanto à violência característica do tipo de sociedade que está moldando. Graças aos céus, se tem uma coisa que posso dizer é que Marie Lu não é um desses autores que pecam por ter dó dos personagens. Além de escrever belas cenas de ação, além de passar a tensão das situações surgidas do meio para o final, ela mostra uma bela capacidade de síntese e agilidade ao escrever uma obra “pá-pum” assim, sem para isso ter que correr.

Legend não é um ruim, mas também passa longe genialidade.  É um livro bom. Bom, pronto. Mediano. Tinha potencial para ser melhor, mas fica só nisso.

Título original: Legend
Editora: Prumo
Número de páginas: 256
ISBN: 9788579272097

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